sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Boas Festas


Agradeço o serão de ontem e desejo-vos um Feliz Natal e um Excelente 2016! 

Boas Festas!


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Lagos, de um passado por descobrir ao presente

 Se nos debruçássemos sobre a história do nosso Algarve, teríamos que recuar cerca de 1800 anos para descobrirmos, por exemplo, que a cidade de Lagos já se chamou Lacóbriga (séc. III DC), HALQ AZ-ZÃWIYA (séc. X DC) e o que é certo é que a palavra Algarve advém de AL-GHARB – nome atribuído à região durante a ocupação muçulmana do mar mediterrânico. Estes acontecimentos históricos foram fundamentais para a estruturação, tanto a nível arquitectónico como a nível cultural, do Algarve que conhecemos hoje, devido ao facto de ainda se encontrarem de pé algumas estruturas da época. No entanto, apenas existem fotografias ou retratos desta região de há cerca de 100 anos sensivelmente.




 É precisamente sobre Lacóbriga que fizemos um levantamento de informação e de fotografias históricas comparando-as com o presente de modo a conhecermos as diferenças entre as duas épocas, conhecermos também um pouco da sua história e percebermos alguns elementos icónicos. 



 Com o passar dos anos alguns traços arquitectónicos permaneceram intactos e esses são bastante visíveis e mantêm-se ao alcance de qualquer um como, por exemplo, as diferentes janelas, maioritariamente de estilo pombalino, mas também de estilo manuelino e em minoria, as de estilo árabe (sendo do primeiro estilo muitas permaneceram intactas desde o século que os edifícios a que pertencem foram construídos); as típicas chaminés algarvias e ainda os azulejos decorativos portugueses. 



In: Lagos, Evolução Urbana e Património, org. Rui M Paula, CML
Actualmente os edifícios existentes estão integrados no meio, quer isto dizer que no centro histórico não existem estruturas de grande altitude, até porque são os mesmos edifícios de há pelo menos 50 anos ou mais, que vão sendo restaurados. Infelizmente, e devido ao facto de o Algarve viver praticamente do turismo, houve a necessidade de construir hotéis e o melhor exemplo para este caso serão os Hotéis construídos em cima da arriba da Praia da D.Ana ou então os junto à costa, como é o caso da Meia Praia.



 No concelho de Lagos, há cerca de 100 anos, vivia-se essencialmente da pesca e da agricultura e produzia-se o azeite, o vinho, a cortiça, o tijolo e conservas, tal como acontecia um pouco por todo o Algarve. Lagos já era considerada cidade, mas as pessoas distribuíam-se pelos arredores, por outras aldeias e vilas do concelho. O ambiente rural era muito pouco desenvolvido, pois existia também muita pobreza, praticava-se a agricultura e a pecuária, porém na cidade vivia-se praticamente da pesca.



 Curiosidade: O nome "Índios da Meia Praia" refere-se aos pescadores que partiam para o mar para a pesca.




In: Lagos, Evolução Urbana e Património, org. Rui M Paula, CML




Durante este século o concelho de Lagos veio a solidificar-se, constituindo-se assim pela cidade de Lagos, Vila da Luz, Bensafrim, Barão de São João, Chinicato e Odiáxere. No caso da cidade e da Vila estão mais ligadas entre si devido à proximidade com o mar e com as pescas.



 Actualmente nota-se não só em Lagos, mas também um pouco por todo a região e pelo país, um acréscimo no que toca no valor à cultura. Passaram a existir alguns equipamentos e entidades culturais como, por exemplo, a Biblioteca Municipal onde o público em geral pode usufruir gratuitamente de toda a informação disponível na biblioteca e até descobrir por lá um pouco mais deste concelho, ou o Centro Cultural que acolhe os mais variados espectáculos ao longo do ano, desde música,  exposições, cinema, entre outros. 





Fonte
In: Lagos, Evolução Urbana e Património, org. Rui M Paula, CML

Trabalho Realizado por:
André Conceição
Francyele Moreira
Isadora Serrão
Isa Mara
João Barbosa






Um olhar do Algarve e da cidade de Lagos a partir das palavras de José Afonso

Na canção “Os Índios da Meia Praia” existem algumas referências à cidade de Lagos e ao passado urbano da mesma, nomeadamente “Aldeia da Meia-Praia”, “De ouro caindo na lota”, “Com sete palmos de terra / Se constrói um cabana”,  “viva a comunidade / dos Índios da Meia-Praia” e “Muitas obras embargadas”.


https://www.google.pt/search?q=meia+praia+a+cem+anos&biw=1301&bih=620&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj4oNfiqOHJAhULVRQKHZxKCesQ_AUIBigB#tbm=isch&q=os+indios+da+meia+praia&imgrc=YMMIZISzQh-vCM%3A


O Algarve há cem anos
A partir da leitura do texto “O Algarve, há cem anos” podemos constatar que a nossa região foi conhecida pelas suas várias atividades agrícolas e pela pesca (principal atividade). Para além destas, destacava-se ainda pela produção de vinho, azeite, cortiça, tecido de algodão, telha, louça, tijolo, calçado, na mercenária, nas construção de carros, esparto, linho, queijo e artefatos de palma. Era raro o algarvio que não sabia “empreitar” (fazer cestas de verga).
As deslocações por vezes eram difíceis, pois existiam redes de estrada, mas nem sempre era possível circular de carro pelas serras. Quanto muito recorria-se a carroças, aos transportes marítimos e aos comboios.
O algarvio era comunicativo, trabalhador e amigo de constituir família, no entanto sempre demonstrou o desagrado pela vida militar. O vestuário masculino era caracterizado pelo chapéu de feltro e camisa riscada e nas mulheres era o chapéu ou lenço acompanhado por cordões ou argolas e xaile.

A altura dos mercados, feiras e romarias era, para o povo, dia de festa, uma vez que os algarvios eram amantes da música, da dança e dos bailes. Participavam na missa e os homens frequentavam as tabernas e jogavam malha. O seu dia-a-dia era monótono e só havia entretenimento nas tabernas, por isso bebia-se muito álcool. Recorriam a consultas a bruxas por serem muito supersticiosos.
 
As casas eram simples e muito brancas (caiadas), com telhados de duas águas de telha vã e cana, geralmente com poucas divisões e janelas frontais, com varandas e alpendres ou poial, que servia para secar os figos e amêndoas. O mobiliário da casa era castanho, existiam arcas “cobertas de panos brancos muito engomados”, os leitos eram de ferro e as iluminações faziam-se a azeite, eram em candeias ou candeeiros de folha ou latão de arame. Junto à casa existiam estábulos de bois e cavalariças (serviam de aquecimento a casa), no exterior das casas existiam pocilgas de porcos e o forno, existia ainda a mó para o milho e a barrica, onde se guardava o figo torrado que era alimento de inverno.
O Algarve era particularmente conhecido pelas suas praias esplêndidas, limpas, seguras, reportadas e concorridas devido à excelência do seu clima e temperatura suave. Embora houvesse falta de monumentos cedo se tornou numa região apreciada pelos touristes, devido às suas estâncias invejáveis.
A primavera era a estação eleita, com temperatura moderada e florescimento da amendoeira que ainda hoje dá à região um aspecto lindo.
Hoje em dia, o Algarve tornou-se comercial, deixando de lado a agricultura e a pesca, para investir exclusivamente no turismo.
Ao longo dos tempos, assistimos a uma grande mudança desta região, deixou-se de investir no comércio, como, por exemplo, nas fábricas da conserva, que hoje em dia são apenas ilustram a memória do tempo, como a Fábrica do Feu, o atual Museu de Portimão. No que diz respeito à produção vinícola destaca-se a Única – Adega Cooperativa do Algarve, sediada em Lagoa. Em contrapartida, vemos as nossas autarquias a apostar no turismo. Várias foram as reformas feitas para atrair um elevado número de pessoas, como o melhoramento de estradas permitindo um deslocamento melhor e facilitado, nomeadamente a criação de centros culturais, teatros, salas de cinema e variedade permitindo-nos assistir a espectáculos e visionamento de arte.
A mentalidade mudou face à globalização existente, devido à entrada de várias nacionalidades, uns à procura de trabalho outros para gozar as temperaturas e as belas praias do Algarve.
 
 
Trabalho realizado por:
André Conceição
Francyele Moreira
Isadora Serrão
Isa Mara
João Barbosa