Agradeço o serão de ontem e desejo-vos um Feliz Natal e um Excelente 2016!
Boas Festas!
Fonte |
In: Lagos, Evolução Urbana e Património, org. Rui M Paula, CML |
O Algarve há cem anos
A partir da leitura do texto “O Algarve, há
cem anos” podemos constatar que a nossa região foi conhecida pelas suas várias
atividades agrícolas e pela pesca (principal atividade). Para além destas,
destacava-se ainda pela produção de vinho, azeite, cortiça, tecido de algodão,
telha, louça, tijolo, calçado, na mercenária, nas construção de carros,
esparto, linho, queijo e artefatos de palma. Era raro o algarvio que não sabia “empreitar”
(fazer cestas de verga).
As deslocações por vezes eram difíceis, pois existiam redes
de estrada, mas nem sempre era possível circular de carro pelas serras. Quanto
muito recorria-se a carroças, aos transportes marítimos e aos comboios.
O
algarvio era comunicativo, trabalhador e amigo de constituir família, no
entanto sempre demonstrou o desagrado pela vida militar. O vestuário masculino
era caracterizado pelo chapéu de feltro e camisa riscada e nas mulheres era o
chapéu ou lenço acompanhado por cordões ou argolas e xaile.
A altura dos mercados,
feiras e romarias era, para o povo, dia de festa, uma vez que os algarvios eram
amantes da música, da dança e dos bailes. Participavam na missa e os homens
frequentavam as tabernas e jogavam malha. O seu dia-a-dia era monótono e só
havia entretenimento nas tabernas, por isso bebia-se muito álcool. Recorriam a
consultas a bruxas por serem muito supersticiosos.
As casas eram simples e muito brancas
(caiadas), com telhados de duas águas de telha vã e cana, geralmente com poucas
divisões e janelas frontais, com varandas e alpendres ou poial, que servia para
secar os figos e amêndoas. O mobiliário da casa era castanho, existiam arcas
“cobertas de panos brancos muito engomados”, os leitos eram de ferro e as
iluminações faziam-se a azeite, eram em candeias ou candeeiros de folha ou
latão de arame. Junto à casa existiam estábulos de bois e cavalariças (serviam
de aquecimento a casa), no exterior das casas existiam pocilgas de porcos e o
forno, existia ainda a mó para o milho e a barrica, onde se guardava o figo
torrado que era alimento de inverno.
O
Algarve era particularmente conhecido pelas suas praias esplêndidas, limpas,
seguras, reportadas e concorridas devido à excelência do seu clima e temperatura
suave. Embora houvesse falta de monumentos cedo se tornou numa região apreciada
pelos touristes, devido às suas
estâncias invejáveis.
A
primavera era a estação eleita, com temperatura moderada e florescimento da
amendoeira que ainda hoje dá à região um aspecto lindo.
Hoje
em dia, o Algarve tornou-se comercial, deixando de lado a agricultura e a
pesca, para investir exclusivamente no turismo.
Ao
longo dos tempos, assistimos a uma grande mudança desta região, deixou-se de
investir no comércio, como, por exemplo, nas fábricas da conserva, que hoje em
dia são apenas ilustram a memória do tempo, como a Fábrica do Feu, o atual
Museu de Portimão. No que diz respeito à produção vinícola destaca-se a Única –
Adega Cooperativa do Algarve, sediada em Lagoa. Em contrapartida, vemos as
nossas autarquias a apostar no turismo. Várias foram as reformas feitas para
atrair um elevado número de pessoas, como o melhoramento de estradas permitindo
um deslocamento melhor e facilitado, nomeadamente a criação de centros
culturais, teatros, salas de cinema e variedade permitindo-nos assistir a
espectáculos e visionamento de arte.
A
mentalidade mudou face à globalização existente, devido à entrada de várias
nacionalidades, uns à procura de trabalho outros para gozar as temperaturas e
as belas praias do Algarve.
André Conceição
Francyele Moreira
Isadora Serrão
Isa Mara
João Barbosa
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