Lagos

Acredita-se que  a natureza do nome Lacobriga remeta a 2000 a.C.. O mesmo aponta, em particular, para uma origem celta, no entanto, encontram-se vestígios de povos fenícios, gregos e cartagineses.

Lagos começou por ser uma vila do Reino do Algarve. O seu desenvolvimento foi notável entres os séculos XV e XVI. O período dos Descobrimentos e a Expansão Marítima foram marcos de enorme importância na evolução da, agora, cidade de Lagos. A circulação de bens e de escravos atraiu a pirataria o que obrigou a um investimento na construção de uma estrutura fortificada capaz de defender o povo e os materiais em questão de investidas inimigas. Foi no reinado de Afonso IV que Lagos se afirmou, com a reconstrução das muralhas da praça e com a deslocação do governo militar do Algarve para a cidade.

O século XV foi importantíssimo para a evolução de Lagos, durante cerca de quarenta anos devido à sua localização frente a África, foi o ponto de partida e de chegada das naus, que iam descobrindo a costa africana a cada investida. O comércio de produtos exóticos, ouro, prata e marfim trazidos de África, torna Lagos num centro de comércio, consequentemente, edificam-se novas igrejas, aumenta o número de casas, crescem o número de comerciantes e de banqueiros nacionais e estrangeiros.

Somente em 27 de Janeiro de 1573 Lagos é elevada a cidade pelo Rei D.Sebastião. Após este acontecimento, a sede do Bispado é transferida de Silves para Lagos, que se torna então a capital do Reino do Algarve.

Algo que marcou a cidade, foi o terramoto de 1755 e o maremoto que se seguiu, que destruiu grande parte da cidade, que só a partir de meados do séc. XIX com o surgimento da indústria de conservas de peixe e o evoluir do comércio, inicia a recuperação dessas catástrofes naturais.

É indiscutível que a cidade de Lagos esteve sempre bastante ligada ao mar, à pesca e, mais tarde, à transformação dos produtos como é o caso da indústria conserveira. No entanto, também a agricultura fazia parte do dia-a-dia da povoação, como podemos ver, bastante ligada ao setor primário.

Atualmente a cidade de Lagos, apesar das referências históricas em monumentos que remetem aos Descobrimentos, pouco se assemelha ao que foi outrora. A evolução urbana e a sua expansão são evidentes, visto que, o que começou por ser uma cidade ligada quase exclusivamente ao setor primário e secundário, está hoje em dia muito mais direcionada para o setor dos serviços e para o turismo.

São evidentes as melhorias na acessibilidade, as estradas. Estas possibilitaram a expansão da cidade, que se enquadrava dentro das muralhas e hoje corresponde a uma área de 213,9 km², com cerca de 31.049 habitantes, em 2011.

Após algumas alterações, tais como a renovação do centro histórico, a expansão da periferia e o surgimento de novos equipamentos que vieram melhorar as condições de vida dos habitantes, a cidade ergueu-se e desta forma tornou-se atrativa aos de fora.

Lagos é uma cidade que, apesar de estar virada para a atividade turística e de depender desta, na atualidade, não perdeu as suas tradições, a identidade e os símbolos. O clima favorável, as praias, a cultura e a culinária, são alguns dos pontos fundamentais na atração de turistas de toda a parte para esta cidade. Porém, foram as melhorias e o investimento nesta atividade económica que levaram ao aproveitamento dos recursos existentes. São hoje inúmeros os restaurantes, hotéis, alojamentos, acessibilidades e a própria divulgação destas qualidades.

Equipamentos culturais

Armazém do Espingardeiro :

Localizada na Rua Dr. Júlio Dantas - Travessa da Coroa -, esta edificação militar foi construída em 1665, sob a orientação de D. António de Almeida, governador no Reino do Algarve, até 1667, tendo sido utilizada para a sua construção alvenaria de pedra e em modelo de gaveto de um só piso, com cobertura de 4 águas muito inclinadas e com uma planta quadrangular.

Este edifício inicialmente começou por ser um lugar onde se guardavam as selas e outros arreios, conhecido por Selaria e posteriormente passou a Oficina e Armazém do Espingardeiro e que integrou o complexo de estruturas militares de apoio à guarnição da cidade, conhecidas por Quartel da Coroa, ficando na posse do Exército até 1980.

Mais recentemente foi recuperado pela Câmara Municipal, tornando-se no Centro de Interpretação da Evolução Urbana da Cidade de Lagos, inaugurado a 25 de Outubro de 2008, com o propósito de servir a comunidade e dar a conhecer também aos visitantes a sua evolução e desenvolvimento temporal.

Auditório Municipal :

O Auditório Municipal localiza-se no Parque Dr. Júdice Cabral, também denominado por Parque das Feiras, perto do centro da cidade. Este situa-se ao ar livre, com uma dimensão de 1.7ha, com cerca de 2 mil lugares sentados e um palco com a área de 270 m2. Neste espaço realizam-se eventos culturais e recreativos entre outros, os quais são espectáculos musicais, o Festival dos Descobrimentos e a Feira Arte Doce.

Biblioteca Municipal : 

As instalações da sede da Biblioteca Municipal de Lagos situam-se na Rua Dr. Júlio Dantas e a sua inauguração foi a 1 de Novembro de 1991. Este edifício possui uma sala polivalente, PC's com ligação a internet disponíveis para os visitantes e rede wifi gratuita. A biblioteca tem polos em Barão de S. João, Bensafrim, Luz e Odeáxere e está prevista a inauguração de um pólo em Almádena.

Centro Ciência Viva de Lagos

O centro de Ciência Viva localiza-se na Rua Dr. Faria e Silva, também com acesso pelo Mercado Municipal da Avenida. Este edifício está instalado num antigo solar do século XVII, de traça pombalina, junto à zona ribeirinha da cidade. Dispõe ainda de um espaço polivalente, dotado de computadores com ligação à Internet e de acesso livre a todos os visitantes, e de um jardim com um pequeno auditório ao ar livre. Este centro é um espaço lúdico e instrutivo relacionado com os Descobrimentos Portugueses que dá a conhecer a viagem que nos levou ao encontro do mundo.

Centro Cultural

O Centro Cultural de Lagos localiza-se na Rua Lançarote Freitas,  no centro da cidade, trata-se de um edifício construído no século XVIII onde esteve instalada a conhecida por Sociedade dos Ricos, a Sociedade Filarmónica Recreativa Lacobrigense. O atual edifício foi inaugurado em 1992, está equipado com três salas de exposições e duas de animação, um pátio aberto e uma cafetaria. O auditório, tem capacidade para 300 pessoas, é um palco italiano que suporta espetáculos de média dimensão.
Este espaço dedica-se a várias formas de expressão artística, desde a música, o teatro, as artes plásticas e à dança. Porém, não é só a cultura que saiu a ganhar com a construção deste edifício, também a política e as ciências, os congressos, colóquios e conferências ao acesso dos cidadãos.

Forte Ponta da Bandeira

O Forte Ponta da Bandeira, também chamado de Forte de Nossa Senhora da Penha de França, Forte do Pau da Bandeira ou Forte do Registos, encontra-se no Cais da Solaria, junto à Praia da Batata. Foi construído entre 1680 e 1690, como uma das fortalezas tecnicamente mais avançadas do Algarve, evidencia uma arquitectura militar idealizada para aproveitar a guerra de artilharia. Em 1960, foi efectuado um restauro em que foram acrescentadas as guaritas cilíndricas. É um dos exemplares do século XVII mais bem conservados existentes em todo o Algarve e, no seu interior, funcionam salas de exposições temporárias e um pólo museológico evocativo da época dos Descobrimentos.

Mercado de Escravos

Este edifício foi construído em Lagos, onde se julga ter surgido o primeiro Mercado de Escravos da Europa quatrocentista, localiza-se na Praça Infante D. Henrique. Datado de 1691, trata-se de um edifício de grande impacto urbanístico e um dos mais emblemáticos da cidade, visto que desde 1441 Lagos começou a receber regularmente carregamentos de escravos, que seriam “utilizados” para tarefas domésticas e trabalhos pesados. De momento, este equipamento encontra-se encerrado para obras de requalificação e reestruturação do seu conteúdo expositivo.

Museu Municipal Dr. José Formosinho

Este edifício foi fundado em 1932 e encontra-se anexado à Igreja de Santo António no centro da cidade de Lagos, e neste,  podem encontrar-se testemunhos do períodos pré e proto-histórico, romano, árabe e português.
Distribuído pelas seções de Arte Sacra, Arqueologia, História de Lagos, Etnografia do Algarve, Numismática, Pintura, Mineralogia e Etnografia Ultramarina, e a entrada neste museu facilita ainda a visita à Igreja de Santo António reconhecida pela talha dourada barroca. 

Trabalho realizado por:
 Alexandre Messias
Catarina Rodrigues
Eloísa Duarte
Luciana Nobre
Pedro Lavado