A literatura é uma forma de consolidação do património cultural e artístico de um povo. Porquê?
O acesso à cultura nem sempre foi da forma como conhecemos. O analfabetismo atingia quase a totalidade da população, sendo a história oral, literatura oral, a lei oral, e outros saberes, formas de passar a informação entre as gerações, sem um sistema de escrita. As fábulas, lendas, mitos, canções ou cânticos e contos são narrativas que circularam por via oral e poderemos dizer que constituem a pré-história da literatura. A literatura portuguesa é caracterizada por uma diversidade de poesia lírica e prosa, a literatura desde cedo foi celebrada em Portugal e depois pelos Romanos registou-se uma grande abundância de escritos que documentaram os sucessivos monarcas, as conquistas e os desenvolvimentos do País. Temos como exemplo “Os Lusíadas”, obra épica, a mais importante da nossa história, escrita por Luís de Camões e impressa pela primeira vez em 1572. A obra representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heróico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente. O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros). A obra é uma epopeia de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. Como o Renascimento busca fazer "renascer" a cultura da Antiguidade, a obra de Camões fez renascer a antiga mitologia grega (Apolo, Zeus, Artemis, Baco, etc..). Ou seja: além do antropocentrismo e do racionalismo, a volta dos seres mitológicos também era uma característica do Renascimento. No que diz respeito à literatura portuguesa dos séculos XX e XXI, é importante mencionar o célebre escritor José Saramago, que foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1998, sendo considerado um dos maiores vultos da prosa contemporânea, conhecido pela sua escrita controversa que apresentava uma perspetiva subversiva e alternativa de eventos históricos. Outro autor incontornável é o mundialmente conhecido poeta, escritor e jornalista, Fernando Pessoa, considerado uma das figuras literárias exponenciais do século XX, desenvolveu um estilo que englobava não só o próprio poeta como também várias personalidades poéticas distintas que apelidou de heterónimos. Estes poetas, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, tinham uma voz, visão política e estilos de vida muito próprios. Fernando Pessoa mantém-se até hoje como uma das figuras portuguesas mais admiradas, devido à imensa obra criada. Em suma, são exemplos maiores da dinamização da literatura e língua portuguesas, levando a nossa cultura além-fronteiras.
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