Com o surgimento das TIC e
com as facilidades de acesso às mesmas, o ensino sofreu alterações
significativas, tanto em auxílio dos professores como dos alunos, tornando-se
numa das principais ferramentas de trabalho. Pretendo com esta reflexão
perceber de que modo estas ferramentas nos facilitam e dificultam o modo de
aprendizagem.
Hoje em dia, estamos
rodeados de tecnologia desde o momento em que entramos na escola, no nosso estabelecimento
de ensino, com sistemas onde é necessário passar o cartão de estudante à
entrada e saída, sempre que precisarmos de comprar algo na papelaria, fazer
fotocópias, etc. Atualmente, todas as salas estão equipadas com computador,
projetor e quatro interativo, assim como existem salas com vários computadores
destinadas à sua utilização para trabalhos que o exijam, bem como aulas de
ensino ao uso das próprias. Todo o estabelecimento de ensino está equipado
com sistemas de internet sem fios, que tanto os alunos como os professores e
funcionários podem usufruir. Muitas vezes, os problemas desta facilidade toda e
acessibilidade generalizada são os usos que lhes são dados. Desde alunos que
desrespeitam os próprios materiais, ao uso da internet para fins que nada dizem
respeito ao que se passa dentro da sala de aula, assim como, o acesso a, por
exemplo, redes sociais, jogos e outras aplicações.
De facto, estamos perante
uma generalização do acesso às TIC e, consequentemente, a educação foge cada
vez mais ao que era tradicional, onde as pesquisas e o modo de ensino eram
fundamentalmente assegurados através da pesquisa em livros, arquivos e jornais,
O acesso às novas tecnologias, em particular à internet, permite-nos saber um
pouco sobre tudo, desde notícias, documentários, dicionários, tradutores,
motores de busca. São inúmeros os apoios que nos estão, realmente, à distância
de um clique.
Mas, ainda há quem não tenha
acesso às novas tecnologias? Sim, quer por razões económicas quer sejam pessoas
já com mais idade que não as sabem utilizar. Existe, então, um número de
pessoas que não utilizam as TIC ou até que, por preferência, as ignoram. Porém,
existem alturas no percurso escolar em que é realmente necessário utilizar o
computador, o que levanta a questão: "e quem não tem acesso?". Creio que existem sempre opções de acesso
que não impliquem custos ou a posse de um computador e internet em casa. Dentro
do estabelecimento de ensino existe uma biblioteca, na cidade existe outra e
qualquer aluno e cidadão pode usufruir das mesmas para trabalhar, pesquisar e
para lazer.
“Quem não faz click está à
margem, e na margem, da sociedade.”
De facto, e não só no que
diz respeito à educação, a nossa sociedade está dependente do recurso às
tecnologias, tanto que já nos é possível tratar de tudo através delas. Atrás
de um computador, temos acesso às nossas contas bancárias, segurança social, finanças,
ensino, entre tantas outras utilidades. Assim, quem não está preparado para
acompanhar estes progressos acabar por estar sujeito a encontrar barreiras e
burocracias. E a cada atualização, cada novo modelo, aplicação que sai, a
sociedade procura adaptar-se e possuir. É tudo muito direcionado para a posse,
do melhor telemóvel, ao tablet, ao computador, aos híbridos. As melhores
fotografias nas redes sociais exigem a melhor câmara fotográfica, é uma
autêntica competição. E quem não pode ou gosta de viver sem isso, acaba por ser
olhado de lado ou ignorado, perde privilégios e acesso a informações e
utilidades que já são consideradas vulgares nas vidas dos que se servem das
TIC. Mas, para mim, não é uma perda por completo, porque o uso que, às vezes, é
dado às novas tecnologias acaba por ser fútil e incorreto, passa por um
tremendo egocentrismo ao qual uns escapam e outros mergulham de cabeça.
Concluindo, as TIC são já
imprescindíveis na nossa sociedade, uma ferramenta bastante útil ao ensino, ao
professor e aos estudantes, só depende do uso adequado, ou não, que se lhes dá.
Catarina Rodrigues
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